Reconhecimento

Exposição presta homenagem a Ary Alcântara

Foi inaugurada ontem a mostra temporária, que conta a história do ex-prefeito de Pelotas

Carlos Queiroz -

Foram 36 mandatos de ex-prefeitos que fizeram parte da história de Pelotas ao longo destes 207 anos, além do mandato atual, ocupado pela prefeita Paula Mascarenhas (PSDB). Como já ocorre há alguns anos, a Semana de Pelotas é marcada pela seleção de um dos antigos chefes do Executivo municipal para montagem de uma exposição com objetos pessoais, fotos e documentos antigos que compõem a trajetória do político. Dessa vez, o escolhido foi Ary Rodrigues Alcântara, prefeito do município de 1973 a 1977.

A exposição Ary Rodrigues Alcântara - Um grande benemérito, um grande prefeito conta com objetos, documentos, medalhas e álbuns de fotografias que enquadram momentos únicos enquanto prefeito. Todas as peças foram emprestadas pela família de Alcântara. A montagem da mostra começou há cerca de quatro meses, quando o curador de exposições da Secretaria de Cultura (Secult), João Vasques, contatou os parentes. Uma das principais dificuldades em conseguir os materiais se dá pela falta destes na prefeitura, por isso o empréstimo é feito por meio dos familiares dos antigos políticos que são selecionados. Segundo Vasques, as peças mais difíceis de conseguir são dos prefeitos mais antigos, porém, também são as que geram mais curiosidade nos visitantes.

Anualmente um dos ex-prefeitos é escolhido para ser homenageado durante a Semana de Pelotas, com a exposição temporária que permanece no Memorial dos Prefeitos por seis meses. Outras figuras como Joaquim Assunção Júnior (prefeito de 1933 a 1934) e Bernardo Olavo Gomes de Souza (prefeito por dois mandatos, de 1983 a 1987 e 2006 até 2006) já foram homenageadas. “A cada exposição temos a oportunidade de olhar para o passado e rever nossa cidade sob o comando de cada um dos dirigentes que ajudaram a construir a Pelotas que hoje vivenciamos”, destaca o titular da Secult, Giorgio Ronna.

A filha de Ary, convidada para a cerimônia de inauguração, procurava palavras para descrever as emoções ao retornar ao local, principalmente por se tratar de uma homenagem ao pai. “Estar aqui é muito importante pra mim. (...) Enquanto subia a escada (do Paço), muitas lembranças vieram”, emociona-se Maria da Graça Alcântara, de 65 anos. Ela destacou a dedicação do pai com a área da educação como um dos exemplos que passará aos filhos e netos. “Ele dizia assim: ‘eu não faço mais do que a minha obrigação’”, ela lembra.

O memorial dos prefeitos é uma exposição permanente no Paço Municipal, na qual os retratos dos ex-chefes do Executivo “contam um pouquinho de cada administração”, explica o responsável pelas exposições da Secult. Os registos museológicos dão voz a um dos lados que desenham a história da cidade, narrada a partir das ações de cada administração.

A exposição ficará aberta à comunidade por seis meses, com entrada gratuita, na prefeitura de Pelotas. O horário de funcionamento vai das 12h30min às 18h30min, de segunda a sexta-feira.

Quem foi Ary Alcântara?
O ex-prefeito esteve à frente do Executivo municipal entre 1973 e 1977 - quando renunciou o cargo de deputado federal para assumir a prefeitura de Pelotas. Antes, iniciou a trajetória política como deputado federal, em 1962, representando o Rio Grande do Sul na legenda do Partido Social Democrático. Três anos depois, o AI-2 extingue os partidos políticos e instaura o bipartidarismo - ação que encaminhou a filiação de Alcântara à Aliança Renovadora Nacional (Arena). Em 1970, se tornou vice-líder da Arena e suplente da Comissão de Segurança Nacional. As iniciativas do ex-prefeito voltadas à educação foram além da participação nas comissões de Educação e Cultura na Câmara dos Deputados, no início da década de 1970. Enquanto prefeito do município, ele ajudou diretamente na construção da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Também foi presidente da Companhia Telefônica Melhoramento e Resistência (CTMR), que completou cem anos de criação em 2019. Ary faleceu aos 82 anos, em 2003, vítima de insuficiência respiratória. Como forma de homenagem ao político, o logradouro ao lado do Sest/Senat recebe o nome de avenida Prefeito Ary Alcântara, localizada no bairro Parque do Obelisco.

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